A CRISE NA BANCA!

financeiras (bancos ou equivalentes) tiveram como é sabido, um papel determinante na crise em que nos encontramos. No caso português, confesso que ainda não percebi se a verdadeira dimensão já é conhecida, contudo o que já sabemos, é que a situação é grave, tendo o regulador tido um papel determinante na anuência que proporcionou aos infractores.
Como é sabido o Governo Português disponibilizou cerca de 20 mil milhões de euros em forma de empréstimo bancário, com juros mais baixos que os verificados nos empréstimos normais da banca portuguesa, o objectivo deste é estimular o desenvolvimento das empresas em particular no respectivo aumento de competitividade. Os bancos serão o meio (do meu ponto de vista correcto) de gerir a distribuição do dito montante pelas empresas.
O que vos vou contar é uma situação real recente que me foi contada por um dos gerentes de uma empresa industrial portuguesa que se candidatou a um pequeno quinhão do dito montante. Trata-se de uma pequena empresa que apesar da crise, vive de algum desafogo, pretender com este empréstimo a juros bonificados, reduzir alguns custos operacionais que tem actualmente. Como se trata de uma empresa sem problemas financeiros, todo o processo correu bem, havendo somente a apontar alguns atrasos decorrentes do desconhecimento do processo por parte dos balcões. O gerente do balcão foi informando o cliente do evoluir da situação e dos detalhes da operação.
Havendo o compromisso de o texto do contrato fosse disponibilizado para análise por parte do cliente nos dias anteriores à assinatura do mesmo. Tal não aconteceu, tendo num dado dia havido alguma pressão para que o contrato fosse assinado numa data específica, porque os contratos já se encontravam impressos com essa data.
Porque os clientes do BPP assinaram contratos sem lerem algumas cláusulas importantes, neste caso o cliente exigiu que o contrato fosse entregue no mínimo de manhã para análise, de forma que a assinatura presencial de todos os sócios tivesse lugar da parte da tarde. Tal aconteceu ao final da manhã do dito dia. Segundo o sócio que me contou esta situação foram várias as situações que não haviam sido mencionadas antes, tais como uma “jóia de entrada” de 750 e um conjunto de cláusulas escritas em letras muito miúdas, em que o banco reservava o direito de aplicar taxas, sem conhecimento do cliente nem critério definido. Ou seja, tratava-se de um contrato unilateral, em que a supostas vantagens proporcionadas pelo estado portuguesas empresas portuguesas, poderão ser na verdade um presente envenenado.
Penso que a descrição feita é suficiente para que entendam onde quero chegar. Os bancos eram para a grande maioria das pessoas as instituições de maior credibilidade e fiabilidade em que se podia confiar. Os acontecimentos recentes verificados na banca mundial e por consequência (ou talvez não!) na banca nacional, associados às situações q1ue descrevo neste artigo, fazem com que a forma como vemos os bancos passe a ser completamente diferente para muito pior. Do meu ponto de vista, este tipo de comportamento oportunista sempre existiu, contudo agora que a situação está difícil e os bancos não têm como apresentar resultados positivos, utilizam entre outros expedientes, avais do estado para efectuar empréstimos a empresas credíveis, deixando no entanto abertas algumas portas. Não vá haver alguma necessidade!
Dr. António Nogueira

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